O que é Agronegócio?

Agronegócio, também chamado de agrobusiness, é o nome dado a uma modalidade financeirizada de produção agrícola, onde os investimentos em capital e tecnologia são intensivos e a produtividade bastante elevada.

A mecanização é uma característica importante do Agronegócio. Na imagem, colheitadeira descarregando milho.

Histórico

O começo da utilização da agricultura pelo ser humano provocou uma revolução no modo como vivíamos. Antes caçadores e coletores, agora poderíamos nos estabelecer em um só local e viver de maneira sedentária.

Este jeito de produzir itens agrícolas foi predominante durante boa parte de nossa história. Todavia, com o processo de industrialização e com a consequente saída de pessoas do campo para a cidade, o aumento na produtividade no campo passou a ser fundamental para garantir o abastecimento das grandes cidades.

Aos poucos, as invenções aplicadas nas grandes indústrias passaram a ser introduzidas no campo, aumentando a capacidade de produção da terra rural e intensificando ainda mais o processo de expulsão de mão-de-obra camponesa. Esta última geralmente iria compor o exército de reserva das metrópoles.

Com a entrada na fase monopolista do capitalismo, o fluxo de capital e investimento no campo se intensificou, criando o agronegócio propriamente dito. Observava-se na terra rural uma possibilidade clara de retorno de investimentos em curto prazo.

Não por menos, atualmente o agronegócio, que atua com intensidade em países da periferia do sistema capitalista, é uma atividade que corresponde a uma parcela considerável do PIB de países como Brasil e Argentina. Mesmo em nações desenvolvidas, a importância deste setor econômico não pode ser descartada.

Características

Podemos considerar como características do agronegócio:

  • Grande investimento em tecnologia, maquinário e agroquímicos;
  • Produção em larga escala, geralmente de apenas um produto (commodities);
  • Fazendas controladas por grandes empresas do ramo alimentício;
  • Pouca utilização de mão-de-obra;
  • Produção voltada ao mercado externo;
  • Utilização de biotecnologia e melhoramento genético.

As commodities são produtos do setor primário produzidos em larga escala que podem ser armazenados sem perda de valor, como a soja, milho e certos minérios. Seus preços são definidos pelo mercado financeiro. Neste sentido, a Bolsa de Chicago se destaca como principal balcão de operações financeiras voltadas a produtos agrícolas. É lá, por exemplo, onde são definidas as cotações diárias da soja e do milho.

Em cenário mundial, países desenvolvidos como EUA e o continente europeu geralmente aplicam uma política agrícola protecionista, isto é, existe a interferência do Estado para garantir a competitividade dos seus agricultores no mercado interno e externo. É uma prática que países como o Brasil condenam em organizações supranacionais como a OMC, pois impedem a livre concorrência.

Uma crítica geralmente feita ao agronegócio é seu caráter, em geral, nocivo à natureza. Isto porque para o plantio de commodities, como a soja, são necessárias amplas áreas a serem desmatadas. Além disso, o uso indiscriminado de agrotóxicos, além de prejudicar a saúde dos consumidores, pode ter impacto na poluição de mananciais e na eliminação da flora e da fauna.

Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

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