Antecedentes
A Escócia, localizada ao norte da ilha da Grã-Bretanha, durante muito tempo foi um reino independente. Porém, em 1707, quando os ingleses começaram a impor duras sanções econômicas contra os vizinhos do norte, o Parlamento Escocês foi obrigado a anexar seu território a Inglaterra, formando assim o Reino Unido da Grã-Bretanha.
Mas foi somente na década de 60 que alguns movimentos separatistas começaram a tomar força. Isto ocorreu porque foi descoberto inúmeras reservas de petróleo e gás natural pelo Mar do Norte, oceano que banha a costa escocesa. A partir da criação do Partido Nacional Escocês (SNP), os ideais separatistas cresceram ainda mais.
Alex Salmond, primeiro-ministro da Escócia. By Scottish Government – A National Conversation, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=4010563 |
Em 2011, Alex Salmond, um dos líderes do SNP e primeiro-ministro da Escócia, viabilizou a criação de um plebiscito (consulta popular) ao povo escocês após conseguir maioria absoluta no Parlamento.
Quais são os prós e os contras da divisão?
Os escoceses ganhariam autonomia de um país independente, podendo tomar decisões próprias e retornar os lucros da exploração de petróleo no Mar do Norte para si próprio.
Porém, a divisão faria o país ser retirado da União Europeia e OTAN, por exemplo, já que a entrada da Escócia não seria automática. Um novo pedido teria que ser feito para a adesão nestes órgãos, o que prejudicaria a economia escocesa.
Somado a isso, a Escócia teria que criar uma nova moeda, visto que o governo britânico não autorizaria o país a usar a Libra Esterlina, caso a divisão seja realizada e teria que negociar cada pedaço do Mar do Norte com os ingleses, o que poderia demorar muito. Outro empecilho a separação é que o Reino Unido hoje é uma das regiões mais estáveis da Europa, sair deste campo seria muito perigoso.
Como os outros membros do Reino Unido veem a saída da Escócia?
O Parlamento Inglês vê a saída da Escócia como um erro, afirmando que “o Reino Unido é mais forte junto”. O clima que ronda o parlamento é de muita apreensão. A virada das pesquisas fez com que, de forma desesperada, o governo britânico prometesse mais autonomia à Escócia, o que foi mal visto pelos separatistas.
E a população da Escócia?
Os cidadãos escoceses que pretendem votar “sim” pela independência tem crescido muito nos últimos meses. Há algum tempo atrás, estes não passavam de 20% da população. Hoje, já somam 51%, ante 49% dos que votarão “não”. Isto faz com que o futuro do Reino Unido seja totalmente incerto.
Caso o “sim” vença, se iniciarão uma série de negociações entre Escócia e Reino Unido, quando no dia 24 de março de 2016, o Reino Unido oficialmente seria dividido.
A independência da Escócia pode incentivar ainda movimentos separatistas em outras regiões da Europa, como na Espanha e na Bélgica. Isto significa que a independência da Escócia pode mudar, e muito, o cenário político e econômico europeu.
Atualização
55% dos escoceses decidiram no referendo desta quinta-feira (18) pelo “não”. Logo, a Escócia continua fazendo parte do Reino Unido. Mais de 80% dos eleitores foram às urnas. O “sim” venceu em cidades importantes como Glasglow (53%), Dunbartonshire (54%), Dundee (57%) e North Lanarkshire (51%), mas perdeu na capital, Edimburgo, com apenas 39%.
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