Entender, analisar e formar perspectivas em relação ao crescimento demográfico de um país, região ou até mesmo de todo planeta é fundamental para um estudo mais detalhado do uso dos recursos provenientes da natureza. Produção agrícola, produção industrial, aproveitamento do espaço e das terras, enfim, diversos fatores estão totalmente ligados ao crescimento populacional do mundo.
Para tentar explicar como o crescimento demográfico interfere nas condições sociais do mundo, foram criadas, a partir do século XIX, uma série de teorias, denominadas Teorias Demográficas ou Teorias Populacionais.
Teoria Malthusiana
A primeira das três principais teorias foi criada por Thomas Robert Malthus e publicada em 1798. A principal característica dela era do pessimismo em relação ao futuro da humanidade.
Thomas Malthus |
Para Malthus, o crescimento da população se daria através de uma Projeção Geométrica (2, 4, 8, 16, 32…), enquanto a produção de alimentos, em escala mundial, se daria através de uma Projeção Aritmética (2, 4, 6, 8, 10…).
Observe o gráfico:
Segundo as ideias de Malthus, em um pequeno período de tempo a população ficaria grande demais e a produção agrícola não supriria as necessidades por ela imposta. Sendo assim, o mundo passaria por diversos problemas como fome, miséria, doenças, entre outros malefícios, o que levaria o planeta a uma grande catástrofe.
Para livrar o planeta do que ele considerava um futuro apocalíptico, Malthus propunha uma solução: a abstinência sexual, chamada por ele como “sujeição moral”, diminuindo consideravelmente a taxa de filhos por casal.
Porém, Malthus não tinha conhecimento que, algumas décadas depois da publicação da teoria, o mundo passaria por muitos processos de mecanização da agricultura, o que aumentaria consideravelmente a produção agrícola. A Revolução Tecnológica que aconteceu mais algumas décadas depois sepultaria quase totalmente a Teoria de Malthus.
Teoria neomalthusiana
Criada na década de 1920, porém tomando força somente após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), esta teoria reavivava o pensamento de Malthus. Para os neomalthusianos, o subdesenvolvimento e a pobreza eram fatores provocados pelas altas taxas de natalidade da população. Ou seja, um país era pobre por conta do grande crescimento demográfico que apresentava.
A partir deste ponto de vista, muitos países do mundo subdesenvolvido começaram a adotar incentivos para a diminuição de filhos por casal, entre os métodos aplicados, alguns continuam até os dias atuais, como a distribuição de preservativos de forma gratuita, esterilização em massa e permissão do uso de anticoncepcionais sem prescrição médica.
Esta teoria foi criada em meio aos avanços na medicina que proporcionaram uma queda brusca da taxa de mortalidade nos países mais pobres. Estuda-se que esta teoria, logo, tinha como único intuito barrar o crescimento da população de outros países, provocando assim uma diminuição de imigrantes ilegais nos países ricos.
Teoria reformista
As ideias reformista se opunham totalmente as ideias Neomalthusianas e Malthusianas. Ao contrário do que pensam estas duas, que a pobreza é causada pela superpopulação, os Reformista acreditam que a superpopulação é que é causada pela pobreza.
Karl Marx. Foto: Reprodução |
As bases desta teoria nasceram no pensamento do sociólogo Karl Marx. Segundo ele, o problema da pobreza do mundo está relacionado com a má distribuição de renda: enquanto uma pequena parcela da população tem muito, a parcela maior tem pouco. O problema da pobreza, logo, seria resolvido com políticas públicas que proporcionassem a ascensão social da classe pobre.
Segundo os reformistas, se há uma melhora na vida da população pobre, há mais acesso a educação, saúde e informação, impedindo assim o rápido crescimento demográfico.
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