Rio-92: Metas, Agenda 21 e principais acordos

A Rio-92, também conhecida como ECO-92 ou Cúpula da Terra, foi uma convenção ambiental realizada na cidade do Rio de Janeiro em junho de 1992, no espaço de eventos do Rio Centro. Seu principal objetivo foi criar uma ampla discussão entre os chefes-de-Estado do mundo sobre assuntos como o clima, preservação do solo, proteção da biodiversidade marítima, biotecnologia e crescimento sustentável.

A preocupação com as discussões em relação ao meio-ambiente começaram a ser intensificadas anos antes. Em 1972, foi realizada a Convenção de Estocolmo, que abrangia obetivos parecidos com a Rio-92. Em 1987, foi firmado pela ONU o Relatório Brundtland, que traçava um provável esgotamento de recursos naturais caso o modelo de consumo e crescimento de países desenvolvidos e em desenvolvimento não fosse alterado. Estes dois importantes centros de debates ecológicos foram determinantes para a realização da Rio-92.

A conferência realizada na cidade maravilhosa recebeu grande atenção pela grande presença de chefes-de-Estado. Simultaneamente, foi realizado em um espaço no Aterro do Flamengo o Fórum Global, discussão entre os mesmos temas ambientais por ONG’s de diversas partes do mundo.

Veja os principais acordos e temas discutidos durante a ECO-92:

Convenção da Biodiversidade

Biodiversidade foi um dos focos da conferência

Assinado por 156 países, a Convenção da Biodiversidade tinha como principal objetivo estabelecer estratégias em relação a preservação da biodiversidade e a exploração genética. Este acordo muito tinha a ver com conceitos do uso consciente da biotecnologia.

Convenção do Clima

A Convenção do Clima, assinada durante a Rio-92, foi uma das bases para a criação do Protocolo de Kyoto, em 1997. O relatório estipulava metas para a diminuição dos gases do Efeito Estufa, um dos principais fatores para o Aquecimento Global.

Declaração de princípios sobre florestas

Controla e garante o uso de recursos florestais para a exploração, com o intuito de crescimento econômico da nação soberana, desde que tal exploração seja sustentável e não degrade o ecossistema, com uso de políticas de preservação ambiental e reposição de florestas.

Agenda 21

Principal acordo traçado durante a Rio-92, a Agenda 21 descreve cerca de 2.500 recomendações para atingir o desenvolvimento sustentável, com incentivos a políticas que visam dar atenção a projetos ambientais. Foi assinado por 179 países.

Alguns dos assuntos tratados nos mais de quarenta capítulos da Agenda 21 e nas discussões da Rio-92 foram:
Termo “sustentabilidade” começou a ser usado na conferência

– Água: O bom uso dos recursos hídricos são fundamentais para a vida na Terra. Nos últimos 50 anos, a água foi o bem mais maltratado, principalmente por conta do crescimento de grandes cidades e indústrias que jogam seus dejetos em rios, lagos e mares.

Incentivo ao Ecoturismo: Pela primeira vez foram expostas ideias de incentivo ao turismo ecológico. Preservar reservas ambientais transformou-se em algo importante para garantir uma visitação assídua a tais áreas, garantindo renda e desenvolvimento. Estes conceitos incentivaram a adoção de medidas de preservação em vários países do mundo.

– Uso de transporte alternativo e energia limpa: Um dos principais problemas nas grandes cidades hoje são os engarrafamentos e a poluição liberada pela queima de combustíveis. Pensando nisto, foi explorado na ECO-92 formas de implementação de veículos elétricos e outras formas de transportes limpos, além do uso de energias renováveis, como a Solar e a Eólica.

– Combate ao desperdício: Outro assunto discutido massivamente na Cúpula da Terra foi o combate ao desperdício de alimentos, água e energia. A reciclagem de produtos e matéria-prima foi vista como uma saída para este problema.

A Rio-92 foi foco nas discussões anos mais tarde, na Rio+10, em Joanesburgo, na África do Sul e também na Rio+20, em 2012, novamente realizada na cidade do Rio de Janeiro.

 

Meu nome é Fernando Soares de Jesus, natural de Imbituba/SC, geógrafo pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando na área de Desenvolvimento Regional e Urbano na mesma instituição. Criei este blog ainda no Ensino Médio, em meados de 2013, com o objetivo de compartilhar e democratizar o conhecimento geográfico, desde o campo físico até o campo humano, permitindo seu acesso de maneira clara e descomplicada.

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