Na atmosfera, encontramos todos os fenômenos relacionados ao clima. Alguns deles, porém, ocorrem de forma bastante íntima com a superfície da Terra e dependem diretamente dela para ocorrer.
Abaixo, discutiremos alguns destes fenômenos, relacionados com a mudança de estado físico da água e, de forma estrita, com a superfície da Terra. São as chamadas formas de condensação: o orvalho, a geada, o nevoeiro (neblina) e as nuvens. Note: não estamos falando de tipos de precipitação, pois os fenômenos que serão aqui discutidos ocorrem in situ, ou seja, afetam diretamente o mesmo local onde se formam, não havendo um deslocamento considerável da massa formada (como ocorre com as chuvas, o granizo e a neve, tema de um post futuro).
Orvalho
Em noites de calmaria e de céu limpo, a superfície terrestre libera grande quantidade de energia para o espaço, resfriando rapidamente, em um processo conhecido como resfriamento radiativo noturno. A camada de ar sobrejacente à superfície (que pode, neste caso, ser a grama, o telhado de uma casa ou um carro), logo, acaba também perdendo calor.
Geada
A geada tem um processo de formação bastante parecido com o orvalho. Neste caso, porém, a superfície dos objetos perde muito mais calor para o espaço, levando sua temperatura para abaixo de 0ºC. Nestas condições, o orvalho formado pode solidificar, formando cristais de gelo, ou o próprio vapor d’água sublimar, passando direto para o estado sólido.
Existem três tipos de geada:
– Geada Branca: É a mais típica. Ocorre pela deposição de cristais de gelo sobre a superfície dos objetos. Ocorre em ar úmido e não costuma trazer tantos problemas;
– Geada Negra: Tem este nome porque deixa um aspecto enegrecido nas plantações. Ocorre quando há um congelamento dos tecidos dos vegetais, sem a deposição de gelo. Ocorre em ar seco e traz muitos prejuízos para a agricultura, com, inclusive, a perda de safras;
– Geada de Vento e de Advecção: Ocorre quando o vento desidrata a superfície das plantas, as levando a morte. Também traz muitos prejuízo à agricultura.
Nevoeiro (ou Neblina)
O nevoeiro é uma suspensão de pequenas partículas de água líquida ou de gelo, capazes de criar uma diminuição considerável da visibilidade.
Como convenção, o termo nevoeiro é usado quando a visibilidade horizontal é menor que 1km. Quando esta visibilidade é maior que 1km, denominamos o fenômeno como neblina ou névoa.
Diferentes causas podem estar relacionadas com a formação do nevoeiro. O tipo mais comum ocorre em noites calmas e úmidas, onde, de forma similar à geada e ao orvalho, a superfície dos objetos se resfria rapidamente. A camada de ar sobrejacente, que está úmida e precisa de apenas uma pequena diminuição de temperatura para atingir seu ponto de condensação, satura, formando pequenas gotículas de água e gelo que não apresentam peso o suficiente para precipitar, ficando em suspensão. Este tipo de nevoeiro é chamado de nevoeiro de radiação, e é comum em vales.
Um outro tipo de nevoeiro comum é o nevoeiro orográfico. Ocorre em regiões serranas. O ar úmido preveniente das regiões mais baixas, ao encontrar uma forma de relevo mais elevada, como um morro, sobe, se expandindo e se resfriando (expansão adiabática). Ao se resfriar, a massa de ar atinge seu ponto de condensação (chamado, costumeiramente, de ponto de orvalho), formando o nevoeiro.
Ainda, existem outros dois tipos de nevoeiro: o de advecção e o de vapor. O primeiro é formado quando uma camada de ar quente e úmida entra em contato com um superfície fria, se resfriando. O segundo ocorre sobre corpos d’água, quando o ar frio entra em contato com a água quente (de um lago, por exemplo), levando à evaporação desta e ao consequente incremento da umidade na massa de ar. Assim, esta massa atinge a saturação.
Nuvens
Nuvens e nevoeiros são, grosso modo, a mesma coisa. A diferença, porém, está no fato das nuvens estarem localizadas em uma altitude muito maior (na casa dos milhares de metros), enquanto o nevoeiro se forma a nível do solo.
O principal processo de formação de uma nuvem ocorre por expansão adiabática. Neste processo, existe uma variação de volume e temperatura sem troca de calor. Uma massa de ar quente, localizada próxima da superfície, sobe e, sofrendo menor pressão, se expande. Aumentando o espaço entre as partículas desta massa, a temperatura cai, a levando a saturação.
Para ler mais sobre as nuvens acesse:
Tipos de Nuvens
Circulação de ar: áreas ciclone e anticiclone
Referências:
<http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap6/cap6-1-2.html>
<http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap6/cap6-1-1.html>
Acessos em: 18 de out. de 2016
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