As fontes de energia são fundamentais para o funcionamento do modo de produção atual. É a partir delas que podemos obter energia para o funcionamento de fábricas, para o aquecimento e iluminação de residências ou para a movimentação de veículos, como carros e caminhões.
Atualmente, no mundo, as principais fontes de energia são aquelas não-renováveis. Energia não renováveis são aquelas que não são capazes de ser renovadas dentro do tempo biológico. Isto quer dizer que se uma jazida se esgota, a única maneira de manter a oferta energética é explorando outra.
Existem três principais fontes de energia não-renováveis no mundo, conhecidas também como fontes de energia fósseis: o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.
Petróleo
O petróleo é a principal fonte energética do mundo atual. Corresponde a 32% da matriz energética mundial.
Formação
O petróleo é de origem orgânica e teve sua formação no Mesozóico, há 65 milhões de anos.
Formou-se nos oceanos, onde o esqueleto de animais mortos e de plantas acumularam-se no assoalho marinho. Em seguida, houve um processo de sedimentação, que encobriu estes restos orgânicos. Assim, bactérias anaeróbicas (que não respiram oxigênio) passam a decompor aquele material e, associado a condições de temperatura e pressão, formam o petróleo.
Através dos movimentos da crosta terrestre, o petróleo formado pode ser levado para regiões diferentes daquela onde se formou. Assim, o petroléo é levado para rochas porosas, onde é armazenado, formando jazidas.
Refino
O petróleo, após ser extraído, necessita de um processo de refino para ser comercializado. É através do refino que são gerados os derivados do petróleo, como o óleo diesel, o GLP e o querosene.
O refino ocorre em locais conhecidos como refinarias.
Nestes locais, o petróleo bruto é colocado em uma coluna de fracionamento, onde é aquecido, vaporizado e liquefeito, gerando seus derivados em cada porção da coluna.
Indo das porções mais baixas para as mais altas, o petróleo é transformado em: asfalto, óleo lubrificante, óleo combustível, querosene, gasolina e GLP. A qualidade do petróleo pode ser definida pela capacidade de gerar o maior número de derivados no fracionamento.
Produção e consumo
O petróleo é caracterizado pela concentração em sua produção e localização das jazidas e pela concentração no seu consumo.
O país que detém as maiores jazidas de petróleo é a Venezuela. Ainda na América, jazidas importantes são encontradas no México, especialmente no Golfo do México, e no Canadá.
Na Eufrásia, jazidas importantes são encontradas na China, Rússia, Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, entre outros), na Nigéria e na Líbia.
Todavia, quando analisamos a produção, o cenário é diferente. O maior produtor de petróleo do mundo são os EUA, seguidos da Rússia e da Arábia Saudita. A Venezuela está apenas na 12º posição.
Já o consumo é principalmente feito nos países desenvolvidos. Estes países importam petróleo dos países produtores. Destaque para EUA, Europa, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Petróleo e Geopolítica
O fato do petróleo ser a fonte energética mais importante do mundo, associado às jazidas estarem localizadas de maneira muito desigual, acaba por determinar questões geopolíticas de relevo.
Até os anos 1960, a produção mundial de petróleo era controlada por sete empresas, todas elas europeias ou americanas: Exxon, Mobil, Texaco, Amoco, Shell, BP e Chevron. Conhecidas como “sete irmãs”, este cartel comandava a oferta do petróleo, controlando seu preço mundial.
Todavia, os governos de países produtores de petróleo, para se opor e rivalizar com as sete irmãs, criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que passaram, a partir dos anos 1970, a estabelecer cotas de produção, controlando a demanda e os preços.
Uma data é particularmente relevante nesta década. No ano de 1973 ocorreu o choque do petróleo, quando os países da OPEP decidiram, propositalmente, aumentar bruscamente o preço do petróleo, causando uma crise mundial com impacto por muitos anos.
Este aumento foi decorrente do apoio dos EUA a Israel na Guerra de Yom-Kippur. Como boa parte dos países da OPEP são árabes, o choque foi uma resposta à ofensiva militar americana. Este fato demonstrou a força política da OPEP.
Este fato incentivou os países desenvolvidos a buscarem alternativas na produção do petróleo. Nos EUA, este resposta veio pela exploração do gás de xisto.
Carvão
O carvão foi a primeira fonte de energia utilizada para fins de industrialização. Foi a principal fonte energética da Primeira Revolução Industrial e compunha a maior parte da matriz elétrica mundial até a Segunda Revolução Industrial.
Ainda hoje, a importância do carvão é inegável: é a principal fonte da matriz elétrica energética mundial, sendo utilizada em usinas termelétricas.
Formação
Assim como o petróleo, o carvão é tem origem orgânica. Foi formado há 250 milhões de anos, especialmente durante o carbonífero, na era Paleozoica.
A formação do carvão necessita de duas condições básicas: a existência de uma cobertura vegetal densa e a inundação desta por água. Ambientes pantanosos foram, inclusive, os que mais propiciaram a formação de jazidas carboníferas.
Estas florestas, então, foram sepultadas por processos de sedimentação. Com a ação da temperatura e da pressão, formaram-se rochas com alto teor de carbono, o carvão.
Tipos de carvão
Na prática, carvão é o nome genérico que damos a rochas com elevado teor de carbono. A depender da quantidade de carbono existente na rocha, podemos classificá-las em quatro tipos principais, daquele com maior concentração de carbono para o com menor: antracito, hulha, linhito e turfa.
A existência do carbono irá definir o poder calorífero da rocha, tendo em vista que são nas ligações entre moléculas de carbono que obtemos energia. Assim, o antracito, por exemplo, é o tipo de carvão com mais capacidade energética, enquanto a turfa tem a menor capacidade.
Apesar de ser, teoricamente, o melhor tipo de carvão, o antracito é pouco encontrado em jazidas. A maior parte das reservas mundiais são de hulha.
Aplicações
Quando o assunto é fonte de energia, o carvão encontra sua principal aplicação nas termelétricas. A queima do carvão é responsável pelo aquecimento de tambores de água. Esses, quando aquecidos, geram vapor, que, por sua vez, girarão uma turbina. Um gerador, ligado a turbina, transformará a energica cinética do movimento das hélices em energia elétrica.
Além disso, o carvão tem usos como matéria-prima na indústria. Nas siderurgias, por exemplo, indústrias de fabricação de aço, o carvão é usado em reação química com o minério de ferro, de modo a obter o ferro metálico.
O carvão ainda é utilizado na indústria química.
Todavia, em todas estas aplicações, o uso do carvão envolve o lançamento de CO2 à atmosfera, principal gás responsável pelo efeito estufa. Logo, o carvão mineral é uma fonte energética muito poluente.
Além disso, do ponto de vista econômico, o carvão é menos interessante que o petróleo, tendo em vista que seu transporte é mais caro.
Gás Natural
O gás natural é um combustível fóssil formado de maneira associada ao petróleo. Suas jazidas, logo, geralmente estão juntas com jazidas petrolíferas.
O gás natural tem ganhado atenção nos últimos anos e países como o Brasil tem apostado nele para diversificar a matriz energética nacional. A construção do gasoduto Brasil-Bolívia, por exemplo, fez parte de um planejamento de aumentar o uso desta fonte no país.
Um fator positivo para o uso de gás natural é o fato dele ser menos poluente que o carvão mineral e que o petróleo. Tem a principal aplicação nas termelétricas, onde é um bom substituto do óleo diesel e do carvão.
Todavia, seu transporte é mais difícil. Por ser um gás, levá-lo de um lado a outro depente da construção de dutos com quilômetros de extensão: os chamados gasodutos.
Na Europa, países como Espanha, Itália e Alemanha recebem gás natural por extensos gasodutos que vêm da Rússia, maior produtor mundial. Países Ásia Central e Oriente Médio também destacam-se na produção desta fonte energética.
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